Maior planetário de MG é inaugurado no Centro de Ciências da UFJF

Expectativa da instituição é receber 60 mil pessoas por ano nas sessões. “Agora estamos 100%”, comemorou diretor do espaço.

O maior Planetário de Minas Gerais será inaugurado em Juiz de Fora nesta sexta-feira (16), no Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A expectativa é que o local seja visitado por 60 mil pessoas por ano.

A estrutura pode ser visitada na manhã desta sexta pela imprensa e autoridades. A partir do dia 20 de março, o público geral poderá comparecer ao Planetário, após agendamento pela intenet.

De acordo com o diretor do Centro de Ciências, professor Elói Teixeira, a inauguração do Planetário representa a conclusão de todo o projeto e a realização de um sonho de moradores e pesquisadores da cidade.

“Agora estamos 100%. Era a última etapa do Centro de Ciências, que inauguramos em 2017 com as demais atividades. Faltava o que a população mais esperava: o Planetário fixo. Tivemos durante oito anos um planetário inflável, mas aguardávamos essa obra desde 2010. Depois de muita luta, conseguimos realizar o sonho e entregar para a UFJF e para a comunidade”, analisou.

O espaço, que é dedicado à Astronomia e deve receber e divulgar ciência para visitantes de todas as idades e origens foi comemorado pelo coordenador de Astronomia e responsável pelo Planetário, Cláudio Teixeira.

“Quando a gente compreende melhor as cosias, a gente tem uma visão mais ampla. Deixa de ser manipulado e passa a ter autonomia do pensamento encontrando a liberdade de pensar a respeito de coisas que a gente nunca se atreve perguntar e entender. Por isso, a Astronomia é importante”, afirmou.

Estrutura diferenciada
Com capacidade para 90 pessoas, o setor possui uma cúpula de 12 metros de diâmetro, poltronas reclináveis e equipamentos de ponta para permitir uma imersão do público na experiência.

De acordo com a UFJF, a projeção será feita por o equipamento óptico Skymaster ZKP 4. A descrição oficial mostra que o aparelho possui capacidade de projetar, do norte ao sul, aproximadamente 7 mil estrelas, para não sobrecarregar a visão humana. O modelo também é mais realista do que os anteriores, com seus sistemas de controle e de operação inteligente integrados ao seu software astronômico.

“É um ambiente simulado, um cinema, uma projeção diferenciada em uma cúpula. O público ficará imerso nas imagens, verá estrelas, planetas de outra perspectiva que a do Observatório, onde a pessoa vê o objeto real. Não tenho dúvidas de que as pessoas vão se surpreender com um espetáculo fantástico em um espaço cientifico sem igual”, explicou Teixeira.

De acordo com o diretor do Centro de Ciências, a previsão é de realizar 15 sessões semanais, somando o público geral e o atendimento às escolas.

“Estamos estimando atender a cerca de 60 mil pessoas por ano no Planetário. Faremos o possível para receber o máximo de pessoas e escolas. E estamos esperando público da região não só da Zona da Mata, mas as cidades do Rio de Janeiro próximas da divisas. Várias escolas já agendaram visita”, comentou.

Ciência ao alcance de todos
O Planetário possui projetores que capacitam a visão de planetas, do Sol, da Lua e demais objetos do sistema solar, podendo demonstrar a órbita de satélites, detalhes de superfícies e movimento de estrelas. Serão exibidos dois filmes de 30 minutos cada: “A origem da vida”, para o público geral e “Astronomitos”, para crianças entre 6-12 anos.

O Planetário se soma aos demais projetos em andamento no Centro de Ciências para popularizar o acesso à ciência. “Da mesma forma como o Observatório, o objetivo é atender à pessoa que quer conhecer e nunca teve oportunidade. Vem trazer este conhecimento para mais próximo das pessoas, mostrando que a ciência é acessível”, destacou professor Teixeira.

Além de ser uma atração única para visitantes, também será utilizado de forma didática, tanto com as escolas visitantes como com as disciplinas que envolvem o estudo da Astronomia na UFJF.

“O Centro de Ciências sempre teve preocupação com formação inicial e continuada dos professores. Nossos mediadores são alunos de Licenciatura. Aqui, eles aprendem uma visão diferenciada a ser usada na sala de aula, a partir de uma experiência lúdica, que aproxima a ciência do dia-a-dia e tirando da restrição do livro”, ressaltou Elói Teixeira.

Para o coordenador de Astronomia, o “cinema que reproduz fielmente o céu” oferece mais que entretenimento, um recurso didático para marcar o estudo da área na cidade e região.

“Uma criança, um jovem, que já tenha a vocação, a experiência do Planetário pode despertar o interesse e definir os planos de uma carreira futura”, disse Cláudio Teixeira.

“O público em geral vai aprender de uma forma lúdica para que serve. Juiz de Fora não tem uma tradição em Astronomia, estamos começando a criá-la. O Observatório e o Planetário são oportunidades para chamar mais pessoas para trabalhar junto e fomentar conhecimento, que leva ao crescimento não só da área, mas do País”, concluiu.

 

Fonte: G1