Juiz de Fora é a 2ª cidade com maior número de mortes por febre amarela no estado

Boletim Epidemiológico divulgado aponta que o município fica atrás apenas de Nova Lima. Já Viçosa tem mais um óbito confirmado.

O novo boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira (17) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) mostra que Juiz de Fora tem nove mortes confirmadas por febre amarela, sendo a segunda do estado com maior registro, atrás apenas de Nova Lima, com 10.

Viçosa teve mais um caso de óbito, totalizando três. Mesmo com essa nova confirmação, o número de mortes na região permanece o mesmo do divulgado no último levantamento em 3 de abril, ou seja, 43, pois há uma inconsistência nos dados apresentados com relação à cidade de Lima Duarte. Na época foram confirmadas sete mortes. Já no balanço atual, foram seis.

Sobre essa situação, a SES-MG informou ao G1 que “o boletim é publicado de acordo com a informações recebidas no momento. No entanto, à medida que as investigações vão avançando, são passíveis de alterações. Quando há alteração de óbitos em uma cidade, por exemplo, foi em razão do fechamento das investigações, que concluíram que o óbito ocorreu em outro município, passando a ser registrado naquela localidade”.

Em todo o estado, as mortes chegam a 155 desde o fim do ano passado. De acordo com o balanço, no total, 467 casos da doença foram confirmados no estado. Outros 499 seguem sob investigação.

Dos casos confirmados, 405 (86,7%) se referem a pacientes do sexo masculino, e 62 (13,3%) do sexo feminino. Já entre as vítimas que morreram, apenas 11 eram do sexo feminino.

A letalidade por febre amarela em Minas Gerais é de aproximadamente 33,6%. A cobertura vacinal está em torno de 91,91%.

O informe epidemiológico divulgado nesta terça se refere ao monitoramento da SES iniciado em julho de 2017. Segundo a pasta, entre o início do monitoramento até dezembro de 2017, não foram registradas mortes.

De acordo com a secretaria, houve redução no número de casos notificados nas últimas semanas. Devido a essa queda e à “necessidade de concluir a investigação dos casos notificados que continuam em aberto”, o boletim epidemiológico passará a ser divulgado quinzenalmente.

Decretos e situação de emergência
No caso de Juiz de Fora, o prefeito Bruno Siqueira (MDB), decretou recentemente situação de emergência por conta dos casos registrados. O boletim com a situação mostra que, além das sete mortes, há outros 26 casos de pacientes internados ou que tiveram alta confirmados.

A decisão do Executivo ocorreu 47 dias depois de o governo de Minas incluir as cidades das Unidades Regionais de Saúde de Barbacena e de Juiz de Fora no decreto estadual de emergência, além das áreas de Belo Horizonte, Itabira e Ponte Nova, que já constavam no documento publicado no dia 19 de janeiro.

Sobre a decisão de Siqueira na época sobre o decreto, o G1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora para saber quais providências seriam tomadas como vacinação, número de leitos e se tinha repasse do Estado ou da União, além de ter questionado ser uma das maiores em número de casos no estado com registros de óbitos e internações, entre outros. Veja as respostas neste link.

Decreto de outras cidades
À iniciativa do governo estadual, a cidade de Barbacena se antecipou e emitiu o comunicado decretando situação emergencial na cidade no dia 24 de janeiro.

O decreto nº 8.257 autoriza a adoção de medidas administrativas necessárias à contenção dos surtos, como aquisição de insumos e materiais e a contratação de serviços e pessoal de forma emergencial sem a necessidade de abertura de licitação pelo prazo de 180 dias.

A cidade de Viçosa também emitiu decisão semelhante no dia 23 de janeiro. No decreto, o prefeito Ângelo Chequer (PSDB) justificou a situação de casos de febre amarela e também da dengue.

Mortes confirmadas pela SES-MG na região até o dia 17/04:
Juiz de Fora: 9 óbitos;

Barbacena: 2 óbitos;

Barroso: 1 óbito;

Rio Preto: 3 óbitos;

Piau: 2 óbitos;

Belmiro Braga: 1 óbito;

Bicas: 1 óbito;

Goianá: 1 óbito;

Mar de Espanha: 1 óbito;

Maripá de Minas: 1 óbito;

Matias Barbosa: 2 óbitos;

Rio Novo: 1 óbito;

Santa Rita do Jacutinga: 1 óbito;

Santos Dumont: 1 óbito;

Simão Pereira: 1 óbito;

Santo Antônio do Aventureiro: 1 óbito;

Viçosa: 3 óbito;

Ervália: 1 óbito;

Caranaíba: 1 óbito;

Senhora de Oliveira: 2 óbitos;

Lima Duarte: 6 óbitos.

Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infectados. Em área rural ou de floresta, os macacos são os principais hospedeiros e a transmissão ocorre pela picada dos mosquitos transmissores infectados Haemagogus e Sabethes. Nas cidades, a doença pode ser transmitida principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti. Não há transmissão direta de pessoa a pessoa.

Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.