Após prisão de policial que matou ex-esposa e sequestrou filha, avó da menina diz: ‘Só quero ela em meus braços’

Pai da criança estava foragido e foi preso em Belo Horizonte tentando fazer documentos falsos. Crime ocorreu no dia 14 de abril.

A avó da menina de quatro anos, sequestrada pelo pai após ele ter matado a mãe dela em Santos Dumont, foi para Belo Horizonte (BH) buscar a criança. A refém estava na capital no momento que o policial foi preso em um shopping nesta quinta-feira (19). Gilberto Ferreira Novaes, de 35 anos, é suspeito de matar a ex-companheira e estava foragido.

“Quase não acreditei quando recebi a ligação informando que tinham encontrado minha neta e que estava tudo bem com ela. É muita emoção. Não tem como explicar. Agora só quero ela em meus braços”, declarou ao G1 Elaine da Silva Parenti, avó da menina.”

A idosa também comentou com a reportagem que só vai se sentir completamente aliviada quando chegar em BH e conseguir segurá-la nos braços. Elaine Parente seguiu para a capital junto com a irmã em uma viatura policial. Elas serão levadas para a sede da Polícia Militar (PM), onde está a menina, em seguida voltarão para Santos Dumont.

Prisão
Policiais à paisana prenderam o soldado perto de um shopping popular no Centro de Belo Horizonte. Segundo as primeiras informações, ele estava com a filha no momento, quando tentava fazer documentos falsos. A criança passa bem e já está com uma equipe de psicólogos da PM.

Ao G1, a polícia disse que os dois estavam hospedados em um motel na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Uma coletiva foi convocada para dar mais informações do caso.

O soldado estava afastado das atividades no 29º Batalhão em Poços de Caldas por problemas psicológicos. De acordo com o comandante da 63ª Companhia da PM, ele responderá tanto internamente na corporação, quanto na justiça criminal.

O crime
Sthefania Parente de Ferreira Novaes, de 29 anos, foi morta no último sábado (14) em Santos Dumont, quando estava em casa com a filha aguardando a chegada de uma pizza. Na ocasião, ela foi surpreendida pelo ex-marido, que aproveitou o momento em que abriu a casa para receber o entregador. Ele atirou contra a vítima e depois seguida fugiu com a filha.

Desde então, o policial era procurado em todo o estado suspeito de homicídio e sequestro e uma força-tarefa foi montada pelas polícias Civil e Militar de Barbacena.

Feminicídio
Sthefania tinha uma medida protetiva contra o soldado e registrou quatro boletins de ocorrência entre novembro de 2017 e abril de 2018 relatando ameaças, agressões e perturbação.

De acordo com familiares, desde janeiro o casal estava em processo de separação. “Ele era muito ciumento, muito nervoso, até com carro, achava que a rua era dele. Ela tentou ser feliz com ele. Ele falou que não iria aceitar a separação”, contou Elaine da Silva Parenti, mãe de Stefhania.

No dia 14 de abril, o atual namorado da vítima relatou que eles esperavam a chegada de um lanche e que foram surpreendidos pelo soldado armado.

“Eu tentei tirar a menina dele. Comecei a gritar, vi que ele estava com a arma na mão. Ele, muito apressado, entrou no carro e eu fiquei apavorada querendo abrir a porta para tirar a menina. E ele só gritou assim ‘vai morrer também'”, contou a tia de Sthefania, Deise Lúcia Ferreira.

Depois do crime, o policial fugiu com a filha em um carro emprestado.

Fonte: G1