Protesto de caminhoneiros causa impacto em diversos setores na Zona da Mata e Vertentes

Em Juiz de Fora, postos de combustíveis registram falta de gasolina e etanol. Rede de supermercado alerta clientes para possível falta de produtos na região.

A manifestação dos caminhoneiros em estradas da Zona da Mata e Campo das Vertentes chega nesta quarta-feira (23) ao terceiro dia e começa a causar reflexos nas cidades e no Estado. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) atualizou nesta manhã os pontos que estão com restrição de passagem apenas para veículos de carga.

Os caminhoneiros protestam desde segunda-feira (21) contra o aumento nos preços dos combustíveis, condições das rodovias e preço dos pedágios. Nesta terça (22), um caminhoneiro foi atropelado por outro ao tentar convencê-lo a aderir ao movimento em Juiz de Fora.

Em Juiz de Fora, um posto de combustível foi fechado por falta de gasolina e etanol e uma rede de supermercados colocou um aviso nas unidades da região para prevenir os clientes de uma possível falta de produtos na Zona da Mata.

Os Correios também divulgaram uma nota alertando para a demora de entregas em Minas Gerais.

Posto está fechado desde terça-feira (22) em Juiz de Fora por falta de combustíveis

Impactos em diferentes setores

A direção da rede de supermercados Bahamas colocou cartazes em todas as lojas em Juiz de Fora, Muriaé, Cataguases, Além Paraíba, Leopoldina, Viçosa e Ubá, na Zona da Mata e também em Barbacena e São João del Rei, no Campo das Vertentes, avisando sobre a possibilidade de falta de alguns produtos.

“A nossa preocupação nesta quarta-feira é com os produtos de abastecimento quase que diário, como as folhagens, leite de saquinho e os pães de forma, porque são abastecidos de duas a três vezes por semana. Estes são os que podem vir a ter falta nas gôndolas dependendo da sequência da manifestação dos caminhoneiros”, explicou o gerente de Marketing da rede, Nelson Júnior.

De acordo com ele, os serviços de monitoramento e logística da empresa estão atentos aos desdobramentos da manifestação e orientando as medidas internas a serem tomadas.

“Nossas lojas possuem estoque mínimo para abastecimento entre cinco e sete dias. O Centro de Distribuição tem suficiente para 14 dias. Os caminhões estão chegando, mas com uma frequência menor que o habitual. Por isso colocamos os avisos, não para alarmar, mas para alertar os clientes que confiam em nosso serviço de que há chance de faltar alguns produtos”, disse.

O G1 entrou em contato com a assessoria das Centrais de Abastecimentos de Minas Gerais (CeasaMinas) perguntando sobre o impacto nas unidades de Juiz de Fora e de Barbacena e aguarda retornos.

O MGTV percorreu postos de combustíveis de Juiz de Fora nesta terça e quarta e descobriu estabelecimentos já afetados pela paralisação. Um deles, no Bairro Cruzeiro do Sul, já estava parado porque faltavam etanol e gasolina.

Em outro, no Bairro Vitorino Braga, não havia etanol. Já em uma unidade no Centro, funcionários disseram que, se a greve continuar, o combustível pode acabar ainda nesta quinta.

Veja a transmissão feita pela tv Barroso no trvo da cidade de Barroso-MG.

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Entregas podem atrasar
Em nota divulgada pela assessoria, os Correios informaram que a logística de entrega está afetada pela paralisação nacional dos caminhoneiros.

Por isso, estão temporariamente suspensas as postagens das encomendas com dia e hora marcados (Sedex10, 12 e Hoje) e haverá acréscimo de dias no prazo de entrega dos serviços Sedex e PAC, bem como das correspondências enquanto perdurarem os efeitos desta greve.

A empresa informou que entrega, mensalmente, cerca de meio bilhão de objetos postais, dentre eles, 25 milhões de encomendas. E que tão logo a situação do tráfego nas rodovias retorne à normalidade, a empresa reforçará os processos operacionais para minimizar os impactos à população.

Pontos de paralisação
O movimento é parte de uma manifestação nacional deflagrada na segunda-feira (21). Ao longo de toda a terça (22) o dia o trânsito permaneceu lento nos trechos atingidos. A Delegacia da PRF em Juiz de Fora destacou que os veículos leves e os ônibus estão transitando normalmente.

 

A polícia também informou que as equipes estão trabalhando com o intuito de que a pista seja totalmente liberada para garantir a melhor fluidez do trânsito e para que não haja coação dos motoristas que não queiram aderir ao movimento.

A Via 040 disse nesta quarta que os veículos pesados estão parados no acostamento no Km 699 em Barbacena, sem interdição de vias principais e congestionamento para veículos leves.

A concessionária está informando as condições de tráfego em tempo real pelos painéis de mensagem na rodovia e por redes sociais e aplicativos de mensagens. Além disso, a Via 040 disse que atua em conjunto com a PRF organizando o tráfego nos locais e realizando a sinalização de final de fila quando elas são formadas.

Na segunda-feira, a concessionária obteve decisão liminar que determina que as pessoas que estiverem presentes na manifestação “se abstenham de bloquear ou interditar, no todo ou em parte, as pistas de rolamento da referida Rodovia BR-040”. Em caso de descumprimento, foi determinado o uso da força policial para efetivação da medida.

A concessionária Concer, responsável pelo trecho da BR-040 até Juiz de Fora, explicou que as manifestações prosseguem nos Kms 780, 808 e 810, em ambos os sentidos, ocupando acostamento e faixa da direita, sem retenção nesses trechos.

Fonte: G1