O Hospital Regional de Barbacena passou a realizar um tratamento intensivo para pacientes diagnosticados com febre amarela. Chamado “Plasmaferese”, o método é direcionado a pacientes em estado grave. É a primeira cidade do interior de Minas a realizar o procedimento.
De acordo com o médico infectologista, José Pazeli, o sangue é composto pela parte líquida, conhecida como plasma; e a parte sólida, que são as hemácias, os leucócitos e as plaquetas. A “Plasmaferese” é a substituição do plasma.
“Colocando um plasma novo, você dá um tempo pra que o fígado da pessoa se recupere. Quando essa recuperação não acontece, a única saíde é o transplante de fígado”, explica.
Quando questionado sobre as chances de cura do tratamento, Pazeli diz que não há um número significativo de pacientes que passaram pela “Plasmaferese” para afirmar que a porcentagem de cura é maior.
“O que sabemos é que não apenas na febre amarela, mas em qualquer situação que tem uma insuficiência hepática, a plasmaferese é uma tentativa de suporte, ou seja, manter o paciente vivo enquanto ele se recupera da doença”, afirma o médico.
Casos na cidade
De acordo com a Prefeitura de Barbacena, foram nove óbitos confirmados, sendo dois pacientes de Barbacena, um de Piranga, um de Senhora de Oliveira, dois de Ouro Branco, um de Caranaíba, um de Paiva, e um de Conselheiro Lafaiete.
Um paciente de Santa Rita de Ouro Preto morreu e o laudo foi encaminhado para a Fundação Ezequiel Dias (Funed) para confirmação.
Além disso, outros 24 casos foram confirmados e os pacientes receberam alta. Três pacientes são de Carandaí, um de Cipotânea, dois de Congonhas, três de Conselheiro Lafaiete, dois Itaverava, dois de Ouro Branco, um de Paiva, cinco de Piranga, dois de Ressaquinha, um de Rio Espera, um de Santana Dos Montes e um Senhora de Oliveira.
Internados
De acordo com a Prefeitura, o Hospital Regional está com nove pacientes diagnosticados com febre amarela. Eles são de Barbacena, Conselheiro Lafaiete, Santa Bárbara do Tugúrio, Alto Rio Doce, Antônio Carlos, Paiva, Ouro Branco e Barroso.
Óbitos pela doença
Boletim Epidemiológico da febre amarela divulgado na última terça-feira (27) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) mostra que mais duas mortes foram confirmadas na Zona da Mata e Campo das Vertentes – Juiz de Fora e Barbacena, respectivamente.
Em comparação com o último levantamento, no dia 20 de fevereiro, sobe para 28 o número de óbitos pela doença. No Estado, foram confirmados 264 casos, com 96 óbitos; e outros 589 continuam em investigação.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infestados. Em área rural ou de floresta, os macacos são os principais hospedeiros e a transmissão ocorre pela picada dos mosquitos transmissores infectados Haemagogus e Sabethes.
Nas cidades, a doença pode ser transmitida principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti. Não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.
Fonte: G1 Zona da Mata