Policiais voltam às estradas da Zona da Mata para impedir entrada de criminosos do RJ após intervenção federal

Mais uma etapa da Operação “Migro” foi deflagrada na tarde dessa sexta-feira (9) na região das cidades da Zona da Mata e Campos das Vertentes. A ação, realizada pela Polícia Militar (PM), tem o intuito de fiscalizar a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, após a aprovação da intervenção federal na segurança pública no estado fluminense.
 
Segundo o assessor de Comunicação da 4ª Região de Polícia Militar (PM), que cuida das cidades da Zona da Mata, major Jovânio Campos, a ação tem as mesmas características da primeira etapa, realizada no dia 23 de fevereiro. “Essa operação está sendo desencadeada desde o fim de fevereiro, poucos dias após a intervenção no Rio. Várias ações estão sendo feitas diariamente, às vezes em nível local, às vezes com um esforço um pouco maior. Essa operação de hoje é mais uma de maneira suplementada, com o apoio de várias unidades”, explica.
 
Segundo Campos, postos de fiscalização foram montados nas principais vias de acesso entre os estados, compreendendo 22 municípios que fazem divisa com o Rio, dentre elas Juiz de Fora, Matias Barbosa, Leopoldina, Mar de Espanha, Simão Pereira, Rio Preto, Pirapitinga, Além Paraíba, Eugenópolis, Palmas e Tombos.
 
O major explica que o foco da ação é preventivo. “É uma forma de impedir que aqueles cidadãos infratores ingressem em nosso estado. Nosso principal objetivo é abordar as pessoas que estão em suspeição e que podem comprometer a ordem em nosso estado”, afirma.
 
Resultados da primeira operação
É a segunda vez que a ação é realizada. No dia 23 de fevereiro, as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, em parceria com agentes da MRS Logística postos de fiscalização foram montados nas principais vias de acesso entre os estados, inclusive com a fiscalização do transporte ferroviário. Cerca de 300 policiais e mais de 80 viaturas atuaram nos trechos.
 
Como um dos resultados dessa primeira fase, a Polícia Civil de Muriaé informou na última sexta-feira (2) que dois foragidos da justiça por crimes cometidos nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo foram presos na cidade.
 
Um jovem, de 29 anos, e um homem, de 40, foram capturados. Em cumprimento a um mandado de prisão, os policiais prenderam o homem em um lava jato na cidade. No mesmo local, encontraram o jovem, que tentou fugir durante a abordagem, mas foi capturado em uma mata. O autor ainda tentou fornecer dados falsos às autoridades, mas sem sucesso.
 
Após consultar o nome dele, os policiais constataram que o rapaz é um dos indivíduos mais procurados do estado do Rio de Janeiro e estava foragido de um presídio na cidade de Campos dos Goytacazes desde o dia 3 de fevereiro. Contra ele havia três mandados de prisão, sendo dois expedidos pela Justiça do estado do Rio de Janeiro e um do Espírito Santo.
 
Conforme informações do delegado José Roberto Machado Demetrio, o foragido é um indivíduo de altíssima periculosidade e estaria ligado a uma facção criminosa carioca. Além disso, ele também seria integrante de organizações criminosas de roubos e furtos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
 
Intervenção
O decreto de intervenção no Rio de Janeiro foi assinado pelo presidente Michel Temer (MDB) no dia 16 de fevereiro e prevê que o general do Exército Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do Leste, seja o interventor no estado. Ele assume até o dia 31 de dezembro de 2018 a responsabilidade do comando da Secretaria de Segurança, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e do sistema carcerário no estado do Rio.
 
O comandante-geral da PMMG, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, disse no dia 19 de fevereiro, após reunião em Belo Horizonte com o governador Fernando Pimentel (PT), que a corporação já está adotando medidas preventivas na divisa com o Rio de Janeiro para garantir que, com a intervenção no estado vizinho, haja uma debandada de criminosos para outras regiões.
 
“É importante frisar que já tivemos outras ocasiões de presença de tropas federais no Rio de Janeiro e que não surtiram nenhum reflexo em Minas Gerais […]. Já desenvolvemos estratégia de reforço e de monitoramento das divisas”, garantiu o coronel.

 

Fonte: G1 Zona da Mata